sábado, 22 de junho de 2013

2,5 mil pessoas no show de Lulu Santos na noite fria de sexta repleta de emoções em Caxias


O cantor Lulu Santos se apresentou em Caxias na noite fria (e pós protestos) de sexta. Em pouco mais de 1h30min em cima do palco, o desfile de hits foi tão grande que deu para relacionar o nome do espetáculo com aquela cara de aflição que os músicos de barzinho fazem quando alguém solicita: "toca aquela do Lulu". Poxa, eles devem ficar se perguntando "Meus Deus, qual delas?", tamanha é a lista de sucessos.

Passava um pouco das 23h30min quando o carioca subiu ao palco dos Pavilhões da Festa da Uva. Exibindo um terno impecável azul marinho, com camisa roxa e gravata rosa que combinava com as meias e os cadarços da mesma cor, ele mandou ver logo de cara Toda Forma de Amor. Depois veio Um Certo Alguém e O Último Romântico. Não precisa dizer que o público, cerca de 2,5 mil pessoas de acordo com a organização do show, cantou tudo em coro.

Mas a apresentação de Lulu foi bem mais longe do que somente traduzir o que é o pop. Acompanhado pela potência de seis instrumentos principais (baixo, bateria, percussão, sax e dois teclados) e desfilando vários modelos e sonoridades diferentes de guitarra, ele conduziu um passeio por ritmos brasileiros. Antes de Tudo Azul, por exemplo, a banda trouxe bumbo, triângulo nordestino e uma batida um tanto maracatu. Num solo psicodélico, Lulu puxou acordes do clássico Asa Branca e mesclou versos de Gilberto Gil (De Onde Vem o Baião).

Depois, em Sábado à Noite, a percussão parecia se entregar ao ritmo do funk carioca, mas Lulu colocou um chapéu e surgiu com apito na boca: virou roda de samba. Também teve uma super suingada SOS Solidão e rock com a versão de Minha Fama de Mau (de Erasmo Carlos). Antes de puxar esse clássico da Jovem Guarda, o músico ironizou:

— Agora um ritmo que foi muito popular na segunda metade do século XX, chamado rock and roll.

Na lista das canções onde houve coro mais forte da plateia figuram A Cura (com todo mundo gritando "iê, iê, nanananana"), Casa, ainda o bloquinho praiano composto por Sereia, De Repente Califórnia e Como Uma Onda, e claro, Assim Caminha a Humanidade (abertura da Malhação!) e Tempos Modernos (opa, abertura da Malhação de novo). Ah, também rolou uma versão super bonitinha de Como é Grande Meu Amor por Você (que com Minha Fama de Mau e outras canções da dupla Roberto e Erasmo compõe o disco novo do carioca).

Mas nem só de sucesso ficou marcada a apresentação, também rolou uma gafezinha. No primeiro diálogo de Lulu com a plateia o músico achou que estava tocando na Festa da Uva e chegou a comentar que a cidade e a festa estavam maiores e melhores. Depois, mais ao final, corrigiu o erro.

— Essa não é a festa (da Uva), mas a festa é nossa e as uvas somos nós! — disse.

Ninguém se importou com o errinho. Aliás, com topete vistoso, figurino impecável, animação de sobra e conhecimento sobre a cultura (pelo menos musical) do Brasil, dá para dizer que Lulu representou nossa festa certamente muito melhor do que ele imagina.

Foto: Jonas Ramos

Matéria: Siliane Vieira/Pioneiro

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